Berliner Boersenzeitung - Por que o Ministério Público tenta impedir Arévalo de assumir o poder na Guatemala?

EUR -
AED 4.294065
AFN 76.965337
ALL 96.444734
AMD 442.807225
ANG 2.093019
AOA 1072.201149
ARS 1681.081514
AUD 1.75983
AWG 2.104648
AZN 1.984017
BAM 1.953626
BBD 2.340925
BDT 142.021952
BGN 1.955522
BHD 0.440751
BIF 3436.734236
BMD 1.169249
BND 1.506649
BOB 8.031063
BRL 6.396841
BSD 1.162231
BTN 104.490059
BWP 15.48197
BYN 3.376228
BYR 22917.276646
BZD 2.337539
CAD 1.614955
CDF 2608.59434
CHF 0.9343
CLF 0.027535
CLP 1080.187598
CNY 8.260273
CNH 8.24991
COP 4489.763422
CRC 572.275383
CUC 1.169249
CUP 30.985093
CVE 110.142429
CZK 24.225783
DJF 206.964106
DKK 7.469197
DOP 74.858295
DZD 151.845653
EGP 55.63064
ERN 17.538732
ETB 181.040501
FJD 2.656296
FKP 0.877997
GBP 0.874937
GEL 3.145252
GGP 0.877997
GHS 13.342152
GIP 0.877997
GMD 85.936491
GNF 10109.922164
GTQ 8.897099
GYD 243.159402
HKD 9.099667
HNL 30.612588
HRK 7.528908
HTG 152.193236
HUF 382.208139
IDR 19494.593071
ILS 3.76936
IMP 0.877997
INR 105.6825
IQD 1522.518696
IRR 49254.60581
ISK 148.600223
JEP 0.877997
JMD 186.374985
JOD 0.829014
JPY 182.3291
KES 150.833237
KGS 102.250844
KHR 4656.897256
KMF 493.423064
KPW 1052.320052
KRW 1721.976381
KWD 0.358714
KYD 0.968518
KZT 602.556872
LAK 25204.843159
LBP 104077.432991
LKR 358.899067
LRD 205.134349
LSL 19.755331
LTL 3.452488
LVL 0.707267
LYD 6.325096
MAD 10.742046
MDL 19.786896
MGA 5189.2917
MKD 61.537306
MMK 2456.063202
MNT 4150.080184
MOP 9.315613
MRU 46.35041
MUR 53.867152
MVR 18.011442
MWK 2015.383048
MXN 21.275185
MYR 4.803306
MZN 74.726252
NAD 19.755331
NGN 1693.715686
NIO 42.773132
NOK 11.805706
NPR 167.185523
NZD 2.015235
OMR 0.449589
PAB 1.162207
PEN 3.907452
PGK 4.931596
PHP 68.902653
PKR 328.54081
PLN 4.227864
PYG 7919.356318
QAR 4.236685
RON 5.089511
RSD 117.43233
RUB 92.782638
RWF 1691.639171
SAR 4.387724
SBD 9.62361
SCR 16.056285
SDG 703.310542
SEK 10.837721
SGD 1.513897
SHP 0.877239
SLE 28.176435
SLL 24518.560714
SOS 663.070612
SRD 45.152822
STD 24201.089631
STN 24.473184
SVC 10.169639
SYP 12928.195504
SZL 19.748445
THB 37.17334
TJS 10.750728
TMT 4.104063
TND 3.416198
TOP 2.815271
TRY 49.826386
TTD 7.881196
TWD 36.530609
TZS 2864.645505
UAH 49.203675
UGX 4149.382385
USD 1.169249
UYU 45.549311
UZS 13950.415708
VES 301.205842
VND 30792.167371
VUV 142.555666
WST 3.259643
XAF 655.23623
XAG 0.018849
XAU 0.000278
XCD 3.159954
XCG 2.094687
XDR 0.814904
XOF 655.241828
XPF 119.331742
YER 278.895083
ZAR 19.785414
ZMK 10524.641979
ZMW 27.028268
ZWL 376.497639
Por que o Ministério Público tenta impedir Arévalo de assumir o poder na Guatemala?
Por que o Ministério Público tenta impedir Arévalo de assumir o poder na Guatemala? / foto: Johan ORDONEZ - AFP

Por que o Ministério Público tenta impedir Arévalo de assumir o poder na Guatemala?

A apenas um mês da posse presidencial na Guatemala, o Ministério Público continua investindo contra o presidente recém-eleito, Bernardo Arévalo, que denuncia um golpe de Estado em curso para impedi-lo de assumir o poder. Qual a razão desta ofensiva e até onde pode chegar?

Tamanho do texto:

Desde que Arévalo passou para o segundo turno nas eleições de junho, que venceu com ampla vantagem em agosto, o MP tentou inabilitar seu partido, Semilla, solicitou a retirada de sua imunidade, acusou o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) de irregularidades e, em seu avanço mais recente, considerou as eleições "nulas".

A procuradora-geral Consuelo Porras, incluída em uma lista de sanções pelos Estados Unidos por ser considerada "antidemocrática" e "corrupta", garante que o Ministério Público está cumprindo seu dever de investigar.

Analistas acreditam, no entanto, que a poderosa elite conservadora da Guatemala está por trás desse processo.

- Qual o argumento do Ministério Público?

O órgão sustenta que as eleições deveriam ser anuladas, devido a irregularidades constatadas na apuração dos registros de votos, que apreendeu ao revistar instalações do TSE em setembro.

O resultado da investigação foi publicado na última sexta-feira (8) e entregue ao TSE na segunda-feira (11). De acordo com o documento, há cerca de dois milhões de votos — dos 5,5 milhões emitidos — dos quais "não há certeza, devido a todas as ilegalidades e falsidades" em atas. Ainda conforme a mesma fonte, "os originais" dessas atas não estão disponíveis.

O órgão eleitoral afirmou que os resultados do pleito são "inalteráveis", enquanto os Estados Unidos, a União Europeia, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a ONU condenaram o que consideraram uma tentativa de ruptura da ordem constitucional.

O Ministério Público alegou, por sua vez, que "32% dos afiliados", cujos nomes foram utilizados em 2018 na criação do Semilla "são falsos". O MP afirmou ainda que o partido não registrou alguns fundos de financiamento eleitoral, considerando, por isso, "possível" que Arévalo tenha lavado dinheiro.

O presidente eleito negou essas acusações e classificou as ações do MP como um "golpe no coração da democracia".

"Estamos aqui para cumprir nossas obrigações, não só por mando da lei, mas por mando de cima (Deus)", disse recentemente a procuradora-geral.

- O que está por trás da ofensiva?

A Guatemala, nação em que 60% dos seus 17,6 milhões de habitantes vivem na pobreza, ocupa o 30º lugar no ranking mundial de corrupção, entre 180 países, segundo a Transparência Internacional.

Edie Cux, diretora da Ação Cidadã, versão local dessa ONG, afirmou que os grupos de poder político e econômico "veem como uma ameaça" o filho do primeiro presidente democrático da Guatemala, Juan José Arévalo (1945-1951), que promoveu reformas sociais.

"O Ministério Público atua como instrumento desses grupos de poder tradicionais, que têm, inclusive, vínculo com o crime organizado", declarou Cux à AFP.

Carmen Aída Ibarra, do movimento civil ProJusticia, garantiu, por sua vez, que existe uma "rede de corrupção", na qual "deputados, empresários, prefeitos" e outros funcionários participam de subornos, atribuição de obras públicas "sem probidade" e contratos superfaturados.

Esses grupos também temem o fim da dinâmica "de eleição de magistrados, procuradores" e outros funcionários por interesses políticos, comentou o sociólogo Miguel Ángel Sandoval.

Prometendo uma luta anticorrupção, Arévalo quebra a continuidade de décadas de partidos conservadores no poder. É o caso do presidente Alejandro Giammattei, que apoia Porras e em cuja gestão foram exilados procuradores e juízes que denunciaram atos de corrupção.

- O que pode acontecer?

Para o constitucionalista Edgar Ortiz, "o caminho até o 14 de janeiro terá muitos obstáculos. O MP tem muito poder e um efeito intimidador. Estamos diante de uma medida de força política", acrescentou.

Para Cux, os "ataques continuarão, com uma clara intenção de desgaste e intimidação para que Arévalo governe com medo".

Até o momento, as Forças Armadas têm estado à margem da situação, mas se a acusação do MP for bem-sucedida, "sua balança inclinará para os Estados Unidos e as sanções internacionais, ou para garantias que receber dos grupos de poder".

Sandoval acredita que o MP "não pode fazer mais".

"O limite foi deixado bem claro pelo TSE. E a sociedade organizada não aceita nada além de que Arévalo assuma", afirmou.

Já Ortiz alerta que "os padrões de legalidade foram quebrados" no país.

Tudo pode acabar no Tribunal Constitucional (instância judicial máxima), cujas resoluções, segundo analistas, não têm sido contundentes para impedir o Ministério Público.

(T.Burkhard--BBZ)