Berliner Boersenzeitung - Turismo de luxo mira zona tranquila do litoral português

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Turismo de luxo mira zona tranquila do litoral português
Turismo de luxo mira zona tranquila do litoral português / foto: Patricia DE MELO MOREIRA - AFP

Turismo de luxo mira zona tranquila do litoral português

Sobre os pinheiros e as dunas que margeiam praias quase desertas no sudoeste de Portugal, despontam os guindastes que constroem novos hotéis de luxo. A imagem ilustra a transformação de Comporta como um novo refúgio paradisíaco para celebridades e turistas abastados.

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Este destino de férias chamou a atenção de personalidades como a atriz Nicole Kidman ou a princesa Carolina de Mônaco, o que lhe rendeu o apelido de "a nova Riviera portuguesa". Chegaram até a compará-lo aos Hamptons, a exclusiva costa próxima a Nova York.

Símbolo do "luxo descontraído", Comporta atrai "uma clientela abastada em busca de natureza, privacidade, bem-estar", resume a consultora Knight Frank em um relatório recente.

A uma hora de carro ao sul de Lisboa, está entre os cinco mercados residenciais de luxo mais procurados do mundo, segundo um ranking publicado no final de setembro por esta consultora imobiliária internacional.

Entre as primeiras personalidades a descobrir o seu encanto esteve o estilista francês Christian Louboutin, famoso pelos seus sapatos de sola vermelha, que abriu aqui o seu próprio hotel.

O estabelecimento situa-se no coração de Melides, uma pequena aldeia rural com ruas estreitas, chaminés brancas e casas com portas e janelas emolduradas de azul.

A princesa Eugenie, sobrinha do rei Charles III de Inglaterra, divide o seu tempo entre Londres e Portugal, atraída, segundo explicou, pela simplicidade da região.

"Posso ir ao supermercado de roupa esportiva, com o cabelo despenteado, e ninguém se importa", disse em 2023 no podcast Table and Manners.

- "Oito megaprojetos" -

Mas para alguns habitantes da região e defensores do meio ambiente, este sucesso também esconde um lado obscuro.

"Mapeamos oito megaprojetos, cada um cobrindo centenas de hectares", alerta a bióloga Rebeca Mateus.

Esta integrante da associação "Dunas Livres" denuncia, entre outras coisas, o alto consumo de água que isso acarretaria para uma região cronicamente ameaçada pela seca.

Esta organização também está preocupada com os "danos irreversíveis" nas dunas, um habitat frágil e de lenta regeneração, segundo explica à AFP Catarina Rosa, membro do mesmo coletivo.

A origem da transformação da região remonta ao colapso de uma dinastia de banqueiros portugueses, os Espírito Santo, após a crise da dívida de 2011.

Esta família era até então a única proprietária da "Herdade de Comporta", uma propriedade agrícola com mais de 12.000 hectares.

Após a falência do Banco Espírito Santo, os seus proprietários venderam extensas parcelas da propriedade a promotores imobiliários, que multiplicaram os projetos de residências privadas, complexos hoteleiros e campos de golfe.

Esses investimentos são impulsionados por grupos portugueses como o da família Amorim, o grupo Vanguard Properties do francês Claude Berda ou até mesmo a empresa americana Discovery Land and Company.

- "Sem plano nem respeito" -

Esta última lidera o desenvolvimento do projeto Costa Terra Golf and Ocean Club, com cerca de 300 vilas de luxo.

Entre a população local, alguns aproveitaram esse entusiasmo para vender as suas pequenas propriedades por valores irresistíveis. Outros mostram preocupação com o aumento dos preços imobiliários que ameaça o seu modo de vida.

"Uma pequena casa, que valia 20.000 euros (125 mil reais) há vinte anos, hoje vale um milhão (6,2 milhões)", conta à AFP Jacinto Ventura, agricultor de 42 anos e presidente de uma associação local em Melides.

Os habitantes também se queixam dos crescentes obstáculos para acessar as praias, teoricamente públicas, bem como do aumento do custo de vida, especialmente nos pequenos comércios locais.

Enquanto alguns se resignam a abandonar a região, outros tentam resistir.

Belinda Sobral, uma ex-engenheira de 42 anos, assumiu a taberna dos seus avós em uma pequena aldeia um pouco mais para o interior, no município de Grândola.

"O turismo não é o problema e sim a forma como foi feito: rápido demais, sem plano nem respeito pelas pessoas daqui", lamenta esta mãe de dois filhos que usa um avental vermelho.

"Quero preservar a identidade do lugar", assegura. "Sem memória, Comporta se tornará outra Ibiza, um balneário como tantos outros.

(K.Lüdke--BBZ)