Berliner Boersenzeitung - 'Fintechs' brasileiras consolidam seu predomínio na América Latina

EUR -
AED 4.26841
AFN 80.362394
ALL 97.542216
AMD 446.735356
ANG 2.080099
AOA 1065.794205
ARS 1494.414015
AUD 1.776887
AWG 2.092071
AZN 1.980459
BAM 1.954642
BBD 2.348809
BDT 141.226338
BGN 1.956132
BHD 0.43854
BIF 3466.946195
BMD 1.162261
BND 1.493215
BOB 8.038238
BRL 6.486005
BSD 1.163311
BTN 100.147673
BWP 15.618748
BYN 3.807045
BYR 22780.325028
BZD 2.336716
CAD 1.596076
CDF 3354.287055
CHF 0.932807
CLF 0.029182
CLP 1120.296341
CNY 8.342655
CNH 8.346165
COP 4674.330945
CRC 587.052233
CUC 1.162261
CUP 30.799929
CVE 110.199718
CZK 24.634179
DJF 206.947405
DKK 7.463699
DOP 70.258379
DZD 151.514244
EGP 57.439973
ERN 17.433922
ETB 161.636047
FJD 2.620788
FKP 0.864949
GBP 0.866519
GEL 3.150183
GGP 0.864949
GHS 12.127816
GIP 0.864949
GMD 83.106172
GNF 10094.020343
GTQ 8.931709
GYD 243.385819
HKD 9.117884
HNL 30.445964
HRK 7.532663
HTG 152.739518
HUF 398.923459
IDR 18977.696027
ILS 3.902549
IMP 0.864949
INR 100.127437
IQD 1523.897249
IRR 48945.741055
ISK 142.354235
JEP 0.864949
JMD 186.029797
JOD 0.824089
JPY 172.932309
KES 150.300962
KGS 101.640213
KHR 4662.238109
KMF 491.989694
KPW 1046.046309
KRW 1616.942576
KWD 0.355234
KYD 0.969426
KZT 620.152624
LAK 25087.138481
LBP 104232.653
LKR 350.972086
LRD 233.241828
LSL 20.596898
LTL 3.431856
LVL 0.703041
LYD 6.327252
MAD 10.519168
MDL 19.788278
MGA 5176.933206
MKD 61.523554
MMK 2439.678938
MNT 4168.013035
MOP 9.404829
MRU 46.275587
MUR 53.119698
MVR 17.903172
MWK 2017.205016
MXN 21.795313
MYR 4.935007
MZN 74.338683
NAD 20.596898
NGN 1779.387897
NIO 42.814637
NOK 11.840776
NPR 160.236077
NZD 1.948796
OMR 0.446894
PAB 1.163311
PEN 4.140847
PGK 4.817146
PHP 66.377189
PKR 331.310933
PLN 4.244785
PYG 9003.666265
QAR 4.229694
RON 5.072695
RSD 117.080642
RUB 91.265035
RWF 1681.00418
SAR 4.36165
SBD 9.64543
SCR 17.082281
SDG 697.942292
SEK 11.235354
SGD 1.492813
SHP 0.913355
SLE 26.62005
SLL 24372.046713
SOS 664.806172
SRD 43.245469
STD 24056.466061
STN 24.485495
SVC 10.17897
SYP 15112.803405
SZL 20.592801
THB 37.628259
TJS 11.196867
TMT 4.079538
TND 3.419874
TOP 2.722137
TRY 46.897678
TTD 7.897322
TWD 34.181766
TZS 3030.404801
UAH 48.58252
UGX 4168.530579
USD 1.162261
UYU 46.882227
UZS 14725.276806
VES 135.943958
VND 30404.760344
VUV 138.92149
WST 3.080055
XAF 655.568644
XAG 0.030448
XAU 0.000347
XCD 3.14107
XCG 2.096558
XDR 0.815317
XOF 655.568644
XPF 119.331742
YER 280.163552
ZAR 20.584139
ZMK 10461.752209
ZMW 26.785133
ZWL 374.247723
'Fintechs' brasileiras consolidam seu predomínio na América Latina
'Fintechs' brasileiras consolidam seu predomínio na América Latina / foto: Nelson ALMEIDA - AFP

'Fintechs' brasileiras consolidam seu predomínio na América Latina

Quando as irmãs Daniela e Juliana Binatti deixaram os empregos para lançar uma nova tecnologia financeira, seus amigos e familiares acharam que formavam uma dupla de aventureiras loucas. Mas, algum tempo depois, criaram uma empresa que a gigante Visa adquiriu este ano por US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões).

Tamanho do texto:

O caso da Pismo, como nomearam a empresa criada em 2016, é a mais recente história de sucesso de uma empresa brasileira de tecnologia financeira, o setor que capta mais capital de risco no país e na América Latina.

"Quando tinha 16 anos, a minha mãe me colocou na Avenida Paulista, indo na recepção de cada banco, entregando currículos para conseguir um emprego", lembra Daniela, de 46 anos, criada em uma família humilde.

Trinta anos depois, muitas daquelas instituições viraram suas clientes.

Com mais de 450 funcionários e cinco escritórios no mundo - Brasil, Reino Unido, Estados Unidos, Singapura e Índia -, a Pismo foi adquirida pela Visa em junho passado, em uma das maiores operações da história da tecnologia local.

O Brasil ampliou, assim, seu conjunto de unicórnios, como são denominadas as "startups" avaliadas em mais de US$ 1 bilhão, para 21 de um total de 38 latino-americanas.

"Muitos nos trataram como loucas" e foi preciso "quebrar preconceitos para entrar em alguns mercados com tecnologia brasileira, mas a gente acreditava" no seu sucesso, recorda Daniela Binatti, hoje diretora de tecnologia da Pismo.

Sua plataforma vai permitir à Visa fornecer soluções para seus clientes, "independentemente de geografias ou moedas", pois ao estar baseada na nuvem, suas ferramentas tecnológicas (APIs) para criar produtos bancários ou de pagamento são acessíveis de qualquer lugar, disse Ricardo Josua, diretor-executivo da Pismo, em anúncio conjunto com a gigante global.

Outras "fintechs" surgidas no Brasil já demonstraram seu potencial, como o Nubank, um dos principais bancos digitais do mundo, cotado na bolsa de Nova York, com cerca de 84 milhões de clientes; e o similar Neon, que em 2022 recebeu US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,56 bilhão na cotação da época) do espanhol BBVA.

- Ecossistema atraente -

A Pismo e suas antecessoras "demonstram que o Brasil é o ecossistema mais maduro da região" para a criação de empresas de tecnologia financeira, diz Diego Herrera, especialista da Divisão de Conectividade, Mercados e Finanças do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O Brasil e, em particular suas "fintechs", atraíram 40% dos quase US$ 8 bilhões (cerca de R$ 42 bilhões) do capital de risco que a América Latina recebeu em 2022, segundo a associação para o investimento privado na América Latina (Lavca).

Isto se deve, principalmente, "ao tamanho do mercado", onde 84% da população adulta do país de 203 milhões de habitantes são bancarizados, afirma Eduardo Fuentes, chefe de pesquisas da plataforma de inovação Distrito.

E também a que poucos bancos controlam o vasto mercado brasileiro, o que gera "uma série de problemas que os empreendedores estão tentando resolver", acrescentou, citando, por exemplo, os custos elevados.

Além disso, "o Brasil tem empreendedores muito capacitados e um governo que atua em um modelo pró-inovação atraente para os investidores internacionais", diz Fuentes, destacando facilidades como as plataformas de financiamento coletivo, as instituições de pagamentos e o PIX.

Por isso, afirma Herrera, o Brasil "continua sendo o país mais atraente da região e captando investimentos", apesar de o fluxo de recursos ter diminuído desde o recorde da pandemia, devido à desaceleração da economia e a taxas de juros entre as mais altas do mundo.

- Oportunidades -

Existem 869 empresas de tecnologia financeira no Brasil, o oitavo país do mundo em termos de quantidade, segundo um ranking da plataforma Finnovating.

A maioria se concentra em crédito, meios de pagamento e gestão financeira, descreve Mariana Bonora, diretora da ABFintechs.

"Tem muitas oportunidades em nichos não atendidos" pelos bancos tradicionais, como as populações vulneráveis ou empreendedores, acrescenta.

Foi num destes nichos que o banco digital Cora, apontado como um unicórnio em potencial, montou seu negócio.

"Cuidamos dos pequenos negócios, [que são] mais do 90% no país, com menores custos e burocracia", explica Igor Senra, cofundador do Cora.

O banco paulista, que se beneficiou do fluxo da pandemia, com 116 milhões de dólares (aproximadamente R$ 500 bilhões) de fundos internacionais, já tem 400 funcionários e um milhão de clientes.

De agora em diante, o Brasil pretende consolidar seu ecossistema "fintech", graças, especialmente, ao sistema de 'open finance' promovido pelo Banco Central e que vai facilitar o intercâmbio de dados entre instituições, explica Herrera.

Ele também avalia que a regulação de criptoativos e a implementação do real digital vão impulsionar a inovação.

(Y.Berger--BBZ)