Berliner Boersenzeitung - Narcozoológicos, a moda do poder da cocaína no Equador

EUR -
AED 4.235579
AFN 81.876249
ALL 98.057097
AMD 444.83706
ANG 2.06412
AOA 1057.652252
ARS 1343.026711
AUD 1.786777
AWG 2.076089
AZN 1.965329
BAM 1.958538
BBD 2.330058
BDT 141.137329
BGN 1.955866
BHD 0.435258
BIF 3436.704972
BMD 1.153383
BND 1.482605
BOB 7.974149
BRL 6.364716
BSD 1.154013
BTN 99.905681
BWP 15.554084
BYN 3.776762
BYR 22606.298622
BZD 2.318141
CAD 1.583381
CDF 3318.282108
CHF 0.941972
CLF 0.02829
CLP 1085.598745
CNY 8.291095
CNH 8.281753
COP 4715.60469
CRC 582.614573
CUC 1.153383
CUP 30.564638
CVE 110.419381
CZK 24.8243
DJF 204.979606
DKK 7.45896
DOP 68.435682
DZD 150.468167
EGP 58.442708
ERN 17.300739
ETB 158.694376
FJD 2.604857
FKP 0.858797
GBP 0.856438
GEL 3.137651
GGP 0.858797
GHS 11.886619
GIP 0.858797
GMD 82.471296
GNF 9998.979908
GTQ 8.869593
GYD 241.437562
HKD 9.053973
HNL 30.14014
HRK 7.535284
HTG 151.465051
HUF 403.047283
IDR 18928.968934
ILS 4.021488
IMP 0.858797
INR 99.869137
IQD 1511.813717
IRR 48586.241705
ISK 143.008351
JEP 0.858797
JMD 183.972801
JOD 0.817794
JPY 168.273333
KES 149.021414
KGS 100.86375
KHR 4625.567421
KMF 493.07543
KPW 1037.998321
KRW 1582.129932
KWD 0.353286
KYD 0.961766
KZT 603.066239
LAK 24897.810462
LBP 103400.768073
LKR 346.792379
LRD 230.807703
LSL 20.836584
LTL 3.405639
LVL 0.69767
LYD 6.290795
MAD 10.533347
MDL 19.843744
MGA 5157.210468
MKD 61.533941
MMK 2421.321981
MNT 4133.300263
MOP 9.331048
MRU 45.61877
MUR 52.61775
MVR 17.767903
MWK 2001.097802
MXN 22.110495
MYR 4.904764
MZN 73.770785
NAD 20.836132
NGN 1789.83106
NIO 42.469378
NOK 11.656896
NPR 159.849491
NZD 1.931366
OMR 0.443468
PAB 1.154013
PEN 4.144094
PGK 4.824892
PHP 66.005823
PKR 327.454826
PLN 4.270589
PYG 9210.878037
QAR 4.208985
RON 5.030021
RSD 117.251764
RUB 90.53776
RWF 1666.480532
SAR 4.32784
SBD 9.619705
SCR 16.781293
SDG 692.610481
SEK 11.143106
SGD 1.483723
SHP 0.906378
SLE 25.893867
SLL 24185.860296
SOS 659.5221
SRD 44.80934
STD 23872.690793
SVC 10.098119
SYP 14996.058924
SZL 20.832578
THB 37.783704
TJS 11.396033
TMT 4.036839
TND 3.416176
TOP 2.701342
TRY 45.758418
TTD 7.842966
TWD 34.062276
TZS 3049.303689
UAH 48.368293
UGX 4159.815978
USD 1.153383
UYU 47.185972
UZS 14493.263517
VES 118.287116
VND 30136.156814
VUV 138.479485
WST 3.172971
XAF 656.889658
XAG 0.031968
XAU 0.000342
XCD 3.117075
XDR 0.818125
XOF 656.875399
XPF 119.331742
YER 279.930094
ZAR 20.723857
ZMK 10381.831441
ZMW 26.687312
ZWL 371.388721
Narcozoológicos, a moda do poder da cocaína no Equador
Narcozoológicos, a moda do poder da cocaína no Equador / foto: Galo PAGUAY - AFP

Narcozoológicos, a moda do poder da cocaína no Equador

Um par de onças enjauladas em uma fazenda revelou uma tendência cruel entre os traficantes de drogas no Equador. Ao estilo do barão da cocaína Pablo Escobar, os chefões criaram zoológicos clandestinos que colocam em risco a fauna deste país amplamente diverso.

Tamanho do texto:

Não é o único caso, mas é um dos mais marcantes. Em maio, a polícia encontrou os enormes felinos ameaçados de extinção empoleirados em um tronco e cercados por grades.

Os animais estavam em uma propriedade de Wilder Sánchez Farfán, conhecido como "Gato" Farfán, traficante de drogas equatoriano relacionado ao cartel mexicano Jalisco Nueva Generación e procurado pela Justiça dos Estados Unidos após sua prisão na Colômbia em fevereiro.

Além das onças, a polícia encontrou papagaios, faisões, periquitos e outras aves exóticas supostamente importadas da China e da Coreia.

O fenômeno é "recente" e coincide com o aumento da violência e do tráfico de drogas no Equador, novo centro logístico de exportação de cocaína para os Estados Unidos e a Europa, disse à AFP o major Darwin Robles, chefe da Unidade de Proteção do Meio Ambiente (UPMA) da polícia.

Os animais selvagens começaram a ser encontrados "há cerca de quatro anos, em 20 ou 25 operações" contra o tráfico de drogas, detalha.

A quantidade de apreensões de animais traficados e de resgate de espécies está aumentando no país, um dos mais diversos do planeta. Em 2022, a polícia apreendeu e tratou 6.817 exemplares, em comparação com 5.951 em 2021.

Assim como outros animais apreendidos, as onças e aves de "Gato" Farfán foram levadas a centros especializados em fauna selvagem para receber atendimento veterinário, com o objetivo de avaliar uma possível reintegração.

No entanto, na maioria dos casos é impossível voltar ao ambiente natural.

- Status -

Quando Escobar foi morto pela polícia em 1993, seus flamingos, girafas, zebras e cangurus foram transferidos para zoológicos. Mas uma manada de hipopótamos foi deixada à própria sorte e agora se reproduz incontrolavelmente devido à impotência das autoridades ambientais.

Já existem mais de 100 feras enormes que atacam as pessoas e são uma dor de cabeça para a Colômbia.

Os narcotraficantes equatorianos, "possivelmente para demonstrar seu poder, sua capacidade aquisitiva, sua capacidade econômica, têm esse tipo de lugar no puro estilo dos narcotraficantes colombianos dos anos 70 ou 80", diz Robles.

Em operações menores relacionadas ao tráfico de drogas, os militares encontraram tartarugas, cobras, peles e cabeças de animais como se fossem troféus.

"Ter um animal é um símbolo de status (...). Dentro do crime organizado, demonstra uma posição dentro dessa rede", comenta um porta-voz da ONG americana WCS (Wildlife Conservation Society), que colabora com as autoridades nacionais.

E dá um exemplo: "Tenho uma jaguatirica, mas se conseguir uma onça significa muito mais".

Nessa competição, os animais exóticos são mais um elemento e somam-se a imóveis, carros de luxo, obras de arte e joias.

No Equador, o tráfico de fauna selvagem é punível com até três anos de prisão, enquanto em países como Colômbia e Peru as penas vão até nove e 20 anos, respectivamente.

- Medo dos humanos -

O hospital de vida selvagem Tueri, em Quito, atende jaguatiricas, macacos, porcos-espinhos, papagaios e corujas, vítimas do tráfico de espécies. As aves são alimentadas com pinças, têm suas feridas tratadas e os profissionais avaliam a possibilidade de reintroduzi-las ao seu habitat natural.

Mas de todos os pacientes, apenas 20% conseguirão retornar ao seu habitat. Os restantes terão de viver em abrigos porque não sabem mais como sobreviver em contextos selvagens. Outros morrerão devido à gravidade dos ferimentos.

O porta-voz da WCS lamenta que os colecionadores de animais não compreendam o impacto de retirar um animal da natureza.

"Infelizmente, para ter um macaquinho em casa você faz com que o caçador mate a família e extraia violentamente o bebê", diz.

Abrigos como o Jardín Alado Ilaló, que trabalha com a polícia, são o destino final dos animais que sobrevivem ao tráfico.

Aves sem bico, com garras amputadas ou incapazes de encontrar alimento sozinhas passarão o resto de seus dias ali. Algumas terão a oportunidade, após semanas ou até meses de reabilitação, de voar novamente.

O medo dos humanos é uma salvação para uma possível reintegração.

"Se fizermos contato e vermos que o animal não tem medo de nós, não podemos mais reinseri-lo. Se percebermos que sendo filhote ele se assusta, tem medo, existe uma possibilidade", explica Cecilia Guaña, responsável por cuidar de aves de rapina e psitacídeos, como araras, no Jardín Alado-Ilaló.

(T.Burkhard--BBZ)