Berliner Boersenzeitung - Glauber Braga resiste à cassação

EUR -
AED 4.33393
AFN 82.488354
ALL 97.918876
AMD 452.494806
ANG 2.111641
AOA 1082.001379
ARS 1450.436914
AUD 1.79499
AWG 2.123886
AZN 2.002014
BAM 1.955778
BBD 2.375973
BDT 143.918348
BGN 1.956831
BHD 0.444846
BIF 3505.430057
BMD 1.179936
BND 1.49897
BOB 8.130907
BRL 6.402807
BSD 1.176786
BTN 100.813843
BWP 15.616821
BYN 3.850956
BYR 23126.754559
BZD 2.363673
CAD 1.603841
CDF 3404.116903
CHF 0.933685
CLF 0.028463
CLP 1092.255238
CNY 8.45472
CNH 8.449035
COP 4713.197181
CRC 594.493177
CUC 1.179936
CUP 31.268316
CVE 110.263734
CZK 24.656
DJF 209.547595
DKK 7.461422
DOP 69.929197
DZD 152.717371
EGP 58.232838
ERN 17.699047
ETB 162.331937
FJD 2.63798
FKP 0.866196
GBP 0.864498
GEL 3.209323
GGP 0.866196
GHS 12.17886
GIP 0.866196
GMD 84.367021
GNF 10200.796467
GTQ 9.047896
GYD 246.187174
HKD 9.262442
HNL 30.754647
HRK 7.535781
HTG 154.446918
HUF 400.25453
IDR 19144.410019
ILS 3.977583
IMP 0.866196
INR 100.956192
IQD 1541.482307
IRR 49704.82317
ISK 142.796302
JEP 0.866196
JMD 188.117841
JOD 0.836563
JPY 169.673717
KES 152.453858
KGS 103.185586
KHR 4722.905765
KMF 493.213951
KPW 1061.974182
KRW 1603.581038
KWD 0.360045
KYD 0.980689
KZT 610.242996
LAK 25360.708918
LBP 105435.589846
LKR 352.935949
LRD 235.937292
LSL 20.787961
LTL 3.484046
LVL 0.713732
LYD 6.336927
MAD 10.577979
MDL 19.774773
MGA 5179.940546
MKD 61.590145
MMK 2476.930075
MNT 4230.405249
MOP 9.514791
MRU 46.745463
MUR 52.943402
MVR 18.173458
MWK 2040.576579
MXN 22.179218
MYR 4.978148
MZN 75.468641
NAD 20.787961
NGN 1804.500216
NIO 43.299136
NOK 11.881695
NPR 161.302149
NZD 1.942778
OMR 0.453697
PAB 1.176686
PEN 4.190952
PGK 4.856903
PHP 66.422754
PKR 335.664047
PLN 4.267596
PYG 9385.892272
QAR 4.290251
RON 5.06216
RSD 117.15712
RUB 93.123296
RWF 1690.380598
SAR 4.425162
SBD 9.837041
SCR 17.039509
SDG 708.551738
SEK 11.226299
SGD 1.501782
SHP 0.927245
SLE 26.489794
SLL 24742.681861
SOS 672.492281
SRD 44.064711
STD 24422.302379
SVC 10.296882
SYP 15341.274375
SZL 20.783761
THB 38.147473
TJS 11.508468
TMT 4.141577
TND 3.425761
TOP 2.763529
TRY 47.070609
TTD 7.979908
TWD 34.070638
TZS 3103.573886
UAH 49.134636
UGX 4220.951553
USD 1.179936
UYU 46.559466
UZS 14916.82879
VES 129.171775
VND 30914.335176
VUV 140.352385
WST 3.069642
XAF 655.949471
XAG 0.032042
XAU 0.000351
XCD 3.188837
XDR 0.815791
XOF 655.949471
XPF 119.331742
YER 285.721832
ZAR 20.728669
ZMK 10620.80931
ZMW 28.273675
ZWL 379.939058

Glauber Braga resiste à cassação




O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) protagonizou um ato de coragem ao iniciar uma greve de fome e permanecer nas dependências da Câmara dos Deputados, em Brasília, em protesto contra o processo de cassação de seu mandato. A decisão, anunciada em abril de 2025, veio após a aprovação, por 13 votos a 5, de um parecer do Conselho de Ética que recomenda a perda de seu mandato por quebra de decoro parlamentar. O caso, que ainda será analisado pelo plenário da Casa, gerou intensa polarização política e mobilizou aliados e apoiadores, que veem na cassação uma tentativa de silenciar uma voz combativa da esquerda brasileira. Este artigo explora os detalhes do processo, o contexto político e as implicações do protesto de Braga.

Tudo começou em abril de 2024, quando Glauber se envolveu em uma confusão com Gabriel Costenaro, militante do Movimento Brasil Livre (MBL), dentro da Câmara. Durante uma discussão acalorada, o deputado empurrou e chutou o ativista, que participava de um debate sobre a regulamentação de motoristas de aplicativo. Segundo Braga, a reação foi motivada por provocações e ofensas dirigidas à sua mãe, Saudade Braga, então internada e que faleceu semanas depois. O Partido Novo, autor da representação contra o deputado, argumentou que a conduta violou o decoro parlamentar, justificando a cassação. Vídeos do incidente, amplamente divulgados, mostram a troca de agressões verbais e físicas, intensificando o embate político.

O Conselho de Ética, presidido por deputados de partidos de centro e direita, aprovou o relatório do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), que considerou a reação de Braga “desproporcional” e incompatível com as prerrogativas de um parlamentar. A votação, marcada por protestos de deputados do PSOL e PT, foi criticada por aliados de Glauber como um julgamento político orquestrado por adversários, especialmente o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Braga acusou Lira de articular a cassação em retaliação às denúncias que fez contra o chamado “orçamento secreto”, um esquema de distribuição de emendas parlamentares que marcou a gestão de Lira.

Em resposta à decisão do Conselho, Glauber anunciou uma greve de fome, prometendo não se alimentar até a conclusão do processo, que ainda depende de recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e de votação no plenário, onde são necessários 257 votos para confirmar a cassação. Dormindo no chão da sala do Conselho de Ética, o deputado transformou seu protesto em um símbolo de resistência, atraindo apoio de figuras como a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), que, aos 90 anos, aderiu à greve de fome em solidariedade. A presença de parlamentares da esquerda, militantes sindicais e até do ator Marco Nanini, conhecido por papéis na TV, reforçou a mobilização, que ganhou as redes sociais com a hashtag #GlauberFica.

O protesto de Glauber expõe as tensões políticas no Brasil em 2025. De um lado, deputados bolsonaristas e do Centrão celebraram a decisão do Conselho, argumentando que a agressão física é inadmissível em um ambiente legislativo. Kim Kataguiri (União-SP), presente no incidente, defendeu a punição, alegando que Braga atacou primeiro e que tais condutas não podem ser toleradas. Por outro lado, a esquerda denuncia a cassação como uma perseguição política, apontando que casos semelhantes envolvendo deputados de direita, como agressões verbais ou ameaças, raramente resultam em punições tão severas. O PT, em nota oficial, classificou o processo como um “ataque à democracia” e expressou apoio à luta de Glauber e Erundina.

O impacto do caso vai além do destino do mandato de Glauber. A cassação, se confirmada, abriria precedente para punições mais duras a parlamentares, especialmente aqueles com posturas combativas. Dados históricos mostram que, desde 2000, apenas cinco deputados foram cassados no Brasil, todos por crimes graves como corrupção ou envolvimento em assassinatos, como o caso de Flordelis em 2021. Uma cassação por quebra de decoro, baseada em uma agressão isolada, seria um marco controverso, podendo intensificar a judicialização da política.

Enquanto isso, a saúde de Glauber é monitorada por médicos voluntários. Relatos indicam que, após dias de jejum, ele ingeriu apenas água e isotônicos, perdendo mais de dois quilos. Apesar da fragilidade física, o deputado mantém a determinação, recebendo visitas de aliados e do filho de três anos, que tem acompanhado o pai em momentos pontuais. Sâmia Bomfim (PSOL-SP), esposa de Glauber, descreveu o ato como “radical e dramático”, mas necessário frente ao que considera uma injustiça. A mobilização também inclui obstruções no plenário, com PSOL e PT atrasando votações para pressionar por uma revisão do caso.

O futuro do processo permanece incerto. Na CCJ, Glauber terá cinco dias para apresentar recurso, questionando possíveis irregularidades regimentais. Caso o recurso seja rejeitado, o plenário decidirá, em até 90 dias, o destino do mandato. Analistas políticos apontam que o clima polarizado na Câmara dificulta prever o resultado, mas o apoio crescente nas ruas e nas redes pode influenciar deputados indecisos. O Centrão, que detém peso decisivo, sinalizou que um pedido de desculpas de Glauber poderia suavizar a pena, mas o deputado rejeita qualquer recuo, afirmando que “não será derrotado por articulações políticas”.

O protesto de Glauber Braga não é apenas uma luta pessoal, mas um reflexo das divisões ideológicas que marcam o Brasil. Sua coragem em enfrentar a cassação com um ato extremo reacende o debate sobre liberdade de expressão, limites do decoro e o papel da esquerda no enfrentamento de estruturas de poder. Enquanto o desfecho não chega, o deputado segue firme, transformando a Câmara em palco de uma batalha política que ecoa por todo o país.