Berliner Boersenzeitung - Glauber Braga resiste à cassação

EUR -
AED 4.332866
AFN 82.57529
ALL 97.851731
AMD 453.587011
ANG 2.111126
AOA 1081.738251
ARS 1450.360252
AUD 1.792046
AWG 2.123368
AZN 2.006113
BAM 1.960443
BBD 2.381621
BDT 144.26168
BGN 1.955233
BHD 0.44469
BIF 3469.347609
BMD 1.179649
BND 1.502508
BOB 8.150027
BRL 6.400417
BSD 1.179584
BTN 101.054344
BWP 15.653544
BYN 3.860011
BYR 23121.119735
BZD 2.369231
CAD 1.603729
CDF 3403.287562
CHF 0.934399
CLF 0.028473
CLP 1092.650007
CNY 8.452659
CNH 8.448834
COP 4708.568848
CRC 595.901273
CUC 1.179649
CUP 31.260698
CVE 110.739564
CZK 24.649237
DJF 209.647444
DKK 7.461545
DOP 70.602329
DZD 153.043326
EGP 58.226353
ERN 17.694734
ETB 159.7832
FJD 2.634985
FKP 0.859648
GBP 0.864901
GEL 3.208899
GGP 0.859648
GHS 12.209546
GIP 0.859648
GMD 84.324682
GNF 10211.041061
GTQ 9.069481
GYD 246.766091
HKD 9.259832
HNL 30.883448
HRK 7.533121
HTG 154.816679
HUF 400.178233
IDR 19084.125044
ILS 3.979369
IMP 0.859648
INR 100.971287
IQD 1545.340146
IRR 49692.712495
ISK 142.797134
JEP 0.859648
JMD 188.565013
JOD 0.836329
JPY 169.454801
KES 152.763424
KGS 103.160608
KHR 4743.368796
KMF 493.093438
KPW 1061.666361
KRW 1598.577472
KWD 0.359982
KYD 0.982995
KZT 611.698792
LAK 25427.332939
LBP 105696.54771
LKR 353.777913
LRD 236.527713
LSL 20.726274
LTL 3.483197
LVL 0.713558
LYD 6.346443
MAD 10.588824
MDL 19.821274
MGA 5231.743172
MKD 61.508354
MMK 2476.365602
MNT 4226.913195
MOP 9.537084
MRU 46.848825
MUR 52.895708
MVR 18.174975
MWK 2048.461264
MXN 22.176812
MYR 4.988774
MZN 75.449918
NAD 20.726137
NGN 1809.888132
NIO 43.352384
NOK 11.870359
NPR 161.686951
NZD 1.937472
OMR 0.453657
PAB 1.179454
PEN 4.194825
PGK 4.865757
PHP 66.449782
PKR 334.96156
PLN 4.264839
PYG 9408.28326
QAR 4.294629
RON 5.063093
RSD 117.142685
RUB 93.121759
RWF 1691.616617
SAR 4.423571
SBD 9.834644
SCR 16.647102
SDG 708.381492
SEK 11.224018
SGD 1.501459
SHP 0.927019
SLE 26.483308
SLL 24736.653317
SOS 674.165344
SRD 44.053998
STD 24416.351896
SVC 10.321446
SYP 15337.635929
SZL 20.726591
THB 38.185529
TJS 11.53553
TMT 4.140568
TND 3.394439
TOP 2.762855
TRY 46.938226
TTD 7.998537
TWD 34.18446
TZS 3114.273342
UAH 49.251433
UGX 4230.949154
USD 1.179649
UYU 46.670141
UZS 14869.474823
VES 129.140304
VND 30871.413442
VUV 140.644644
WST 3.223975
XAF 657.491957
XAG 0.032263
XAU 0.000351
XCD 3.18806
XDR 0.814998
XOF 656.471058
XPF 119.331742
YER 285.651714
ZAR 20.723487
ZMK 10618.245499
ZMW 28.340162
ZWL 379.846486

Glauber Braga resiste à cassação




O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) protagonizou um ato de coragem ao iniciar uma greve de fome e permanecer nas dependências da Câmara dos Deputados, em Brasília, em protesto contra o processo de cassação de seu mandato. A decisão, anunciada em abril de 2025, veio após a aprovação, por 13 votos a 5, de um parecer do Conselho de Ética que recomenda a perda de seu mandato por quebra de decoro parlamentar. O caso, que ainda será analisado pelo plenário da Casa, gerou intensa polarização política e mobilizou aliados e apoiadores, que veem na cassação uma tentativa de silenciar uma voz combativa da esquerda brasileira. Este artigo explora os detalhes do processo, o contexto político e as implicações do protesto de Braga.

Tudo começou em abril de 2024, quando Glauber se envolveu em uma confusão com Gabriel Costenaro, militante do Movimento Brasil Livre (MBL), dentro da Câmara. Durante uma discussão acalorada, o deputado empurrou e chutou o ativista, que participava de um debate sobre a regulamentação de motoristas de aplicativo. Segundo Braga, a reação foi motivada por provocações e ofensas dirigidas à sua mãe, Saudade Braga, então internada e que faleceu semanas depois. O Partido Novo, autor da representação contra o deputado, argumentou que a conduta violou o decoro parlamentar, justificando a cassação. Vídeos do incidente, amplamente divulgados, mostram a troca de agressões verbais e físicas, intensificando o embate político.

O Conselho de Ética, presidido por deputados de partidos de centro e direita, aprovou o relatório do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), que considerou a reação de Braga “desproporcional” e incompatível com as prerrogativas de um parlamentar. A votação, marcada por protestos de deputados do PSOL e PT, foi criticada por aliados de Glauber como um julgamento político orquestrado por adversários, especialmente o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Braga acusou Lira de articular a cassação em retaliação às denúncias que fez contra o chamado “orçamento secreto”, um esquema de distribuição de emendas parlamentares que marcou a gestão de Lira.

Em resposta à decisão do Conselho, Glauber anunciou uma greve de fome, prometendo não se alimentar até a conclusão do processo, que ainda depende de recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e de votação no plenário, onde são necessários 257 votos para confirmar a cassação. Dormindo no chão da sala do Conselho de Ética, o deputado transformou seu protesto em um símbolo de resistência, atraindo apoio de figuras como a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), que, aos 90 anos, aderiu à greve de fome em solidariedade. A presença de parlamentares da esquerda, militantes sindicais e até do ator Marco Nanini, conhecido por papéis na TV, reforçou a mobilização, que ganhou as redes sociais com a hashtag #GlauberFica.

O protesto de Glauber expõe as tensões políticas no Brasil em 2025. De um lado, deputados bolsonaristas e do Centrão celebraram a decisão do Conselho, argumentando que a agressão física é inadmissível em um ambiente legislativo. Kim Kataguiri (União-SP), presente no incidente, defendeu a punição, alegando que Braga atacou primeiro e que tais condutas não podem ser toleradas. Por outro lado, a esquerda denuncia a cassação como uma perseguição política, apontando que casos semelhantes envolvendo deputados de direita, como agressões verbais ou ameaças, raramente resultam em punições tão severas. O PT, em nota oficial, classificou o processo como um “ataque à democracia” e expressou apoio à luta de Glauber e Erundina.

O impacto do caso vai além do destino do mandato de Glauber. A cassação, se confirmada, abriria precedente para punições mais duras a parlamentares, especialmente aqueles com posturas combativas. Dados históricos mostram que, desde 2000, apenas cinco deputados foram cassados no Brasil, todos por crimes graves como corrupção ou envolvimento em assassinatos, como o caso de Flordelis em 2021. Uma cassação por quebra de decoro, baseada em uma agressão isolada, seria um marco controverso, podendo intensificar a judicialização da política.

Enquanto isso, a saúde de Glauber é monitorada por médicos voluntários. Relatos indicam que, após dias de jejum, ele ingeriu apenas água e isotônicos, perdendo mais de dois quilos. Apesar da fragilidade física, o deputado mantém a determinação, recebendo visitas de aliados e do filho de três anos, que tem acompanhado o pai em momentos pontuais. Sâmia Bomfim (PSOL-SP), esposa de Glauber, descreveu o ato como “radical e dramático”, mas necessário frente ao que considera uma injustiça. A mobilização também inclui obstruções no plenário, com PSOL e PT atrasando votações para pressionar por uma revisão do caso.

O futuro do processo permanece incerto. Na CCJ, Glauber terá cinco dias para apresentar recurso, questionando possíveis irregularidades regimentais. Caso o recurso seja rejeitado, o plenário decidirá, em até 90 dias, o destino do mandato. Analistas políticos apontam que o clima polarizado na Câmara dificulta prever o resultado, mas o apoio crescente nas ruas e nas redes pode influenciar deputados indecisos. O Centrão, que detém peso decisivo, sinalizou que um pedido de desculpas de Glauber poderia suavizar a pena, mas o deputado rejeita qualquer recuo, afirmando que “não será derrotado por articulações políticas”.

O protesto de Glauber Braga não é apenas uma luta pessoal, mas um reflexo das divisões ideológicas que marcam o Brasil. Sua coragem em enfrentar a cassação com um ato extremo reacende o debate sobre liberdade de expressão, limites do decoro e o papel da esquerda no enfrentamento de estruturas de poder. Enquanto o desfecho não chega, o deputado segue firme, transformando a Câmara em palco de uma batalha política que ecoa por todo o país.